Manuela
Nascida nos anos 60, até parece que foi ontem…E tem dias em que, para ela, talvez seja mesmo assim. Mas a verdade é que já viveu muitas vidas numa só, e o tempo é uma medida que não serve a todos da mesma forma.
A Manuela farmacêutica que percebia de curas, nem sempre soube curar as suas próprias dores - a maior dela foi a viuvez precoce, com 2 filhos pequenos para criar.
Mas ela já fez (e foi) tantas outras coisas!
Funcionária pública, carpinteira, costureira, ourives e cuidadora. Sim, é verdade. Nunca teve medo de trabalhar, e ainda falta adicionar à lista o trabalho que mais adorava e exercia com orgulho: ser bombeira.
Não admira que uma mulher com esta garra, sempre a apagar os fogos do quotidiano (seu e dos outros), considere os seus mil ofícios um fator de sucesso e orgulho.
Além de “viajar” entre as facetas de si própria, com paragens e troca de linha em várias estações da vida, também adora viagens a sério, daquelas de mala na mão. O mundo é tão grande que merece ser explorado, e nem sempre a imaginação nos basta.
O amor da mãe de dois multiplicou-se, e hoje é também avó de três netos. Esta bela soma resulta no melhor quociente da sua vida, que são os cinco seres, sangue do seu sangue, e a sua maior paixão.
Define-se como amiga do seu amigo, e uma mulher sem arrependimentos pois, apesar de tudo, é feliz.
Quantos terão essa sorte?
Há também uma frase que diz, sem falta modéstia, que fala não só por ela, mas também por todos aqueles que se cruzam na sua vida, e que a subscrevem sem pensar duas vezes:
“Eu sou muito bonita.”
É mesmo, e isso o esquecimento não vai roubar.